Exposição “Sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem”

23/09/2025 16:58

Museu da UFSC recebe a exposição Sonhar o Rio

Obras de 15 artistas discutem a crise hídrica nos rios amazônicos; abertura ocorre às 16h do dia 24 de setembro

O Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC [MArquE/UFSC] abre nesta quarta-feira [24/09], às 16h, a exposição “sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem”. Com curadoria de Gabriel Bicho e realização da Sala Verde UFSC, a mostra é um desdobramento das ações realizadas desde março de 2024 pelo muluca [mundo-lugar-casa], projeto criado em Porto Velho [RO] e que atualmente reúne obras de 15 artistas latino-americanos para denunciar a destruição dos rios amazônicos. A exposição fica em cartaz na capital de Santa Catarina até o dia 12 de dezembro de 2025.

O projeto sonhar o rio nasceu da inquietação do curador com a seca histórica que atingiu a amazônia brasileira em 2023 e afetou fauna, flora e cotidiano das populações. Todos os trabalhos selecionados dialogam com a cultura dos rios e já ocuparam exposições no formato lambe-lambe em Brasília [DF], no Rio de Janeiro [RJ], em Florianópolis [SC], em Porto Velho [RO] e Pacatuba [CE]. Em cada uma, a proposta era levantar questões locais sobre a relação com os rios e suas memórias, para depois conectá-las às demandas sobre as águas da Amazônia.

“Nossos rios, como a literatura indígena mesmo mostra e o próprio Ailton Krenak diz, são hiper interligados. Então, em algum momento os rios da Amazônia se conectam com os rios do Sul, assim como se conectam com os rios do Nordeste. A gente tem essa grande teia de rios que se conectam e cortam o nosso país inteiro”, explica o curador. 

Depois de ocupar as ruas das cinco regiões do Brasil, a exposição no MArquE/UFSC é a primeira vez que o sonhar o rio ocupa um museu universitário. “O museu cedeu o espaço e a Sala Verde/UFSC ofereceu os recursos que tornam possível esta exposição e que coloca em perspectiva as inquietações dos artistas que fazem parte do projeto”, completa Bicho.

A exposição apresenta obras em diversos formatos, como texto, colagem, fotografias, ilustrações digitais, entre outros. Fazem parte da coletiva as[os] artistas Ana sabiá [SC], João Ferré [GO], Soph Divina [SP], Maria Tereza [ES], Jinnie Anne Pak [SP], Rick Rodrigues [ES], Amanara Brandão Lube [RO], Ederson Lauri [RO], Thalyta Alvaroz [CE], Kali [RO], Roma Brito [PA], Isabela Sá Roriz [RJ], Josiel Juruna [PA], Clara Nogueira [AM] e Daris Rubio [México].

Com 60 anos de história, o MArquE/UFSC reúne acervos arqueológicos, etnográficos e de cultura popular em exposições de longa e curta duração. O espaço também abriga pesquisas científicas e recebe a comunidade em suas atividades, integrando passado e presente em diálogo constante com a sociedade. Já o muluca é um projeto que propõe investigar musealidades a partir de corpos antagônicos e do cotidiano das pessoas, em busca de ampliar as narrativas sobre o Norte por todo o Brasil. 

 

Serviço

O que: exposição sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem

Quando: 24 de setembro a 12 de dezembro de 2025. Terças a sextas, das 7h às 19h [com entrada até às 18h30]

Quanto: entrada gratuita
Público: classificação livre

Onde: R. Eng. Agronômico Andrei Cristian Ferreira, s/n – Cidade Universitária, Florianópolis-SC

 

Texto: Erika Artmann